Posicionada no topo de um silo-automóvel abandonado, a instalação foi desenvolvida através de uma nova técnica chamada “Grid Job, que o artista tem vindo a explorar, e que faz uso de pequenas pedras de brita distribuídas de forma a arquitetar uma composição específica. Intrinsecamente sustentável por não produzir resíduos ou impactos ambientais prejudiciais, é um método que faz uso de um material robusto e duradouro, mas que é paradoxalmente efémero por natureza, estando totalmente à mercê dos elementos. 

Concebida para incorporar uma escala monumental e criar um diálogo explícito com o tecido urbano, esta intervenção possui também a particularidade de ser apenas decifrável quando vista à distância, estabelecendo um paralelismo com a ideia de que as grandes conquistas não pertencem apenas a quem lhes dá a cara, mas também a todas as pessoas que contribuem para a sua concretização.

Transformando o topo do silo-automóvel numa tela urbana, a peça cria uma ligação entre a sua funcionalidade original e uma dimensão mais criativa: união que espelha os valores que Alexander Issigonis conjugou através da sua criação inovadora.